segunda-feira, 15 de março de 2010

Frank Zappa, dois clássicos, um quase vexame, um feito histórico, um "fute-polo aquático" e a volta de um Imperador.


A tarde de domingo, 14 de março de 2010, foi emocionante para uns, trágica para outros e decepcionante para alguns. Esse foi o domingo futebolístico.

Santos e Palmeiras fizeram um jogo digno de um clássico, brigado o tempo todo. Há muito tempo este blogueiro não via um jogo tão bom quanto esse. O Santos começou surpreendendo, com seu futebol moleque, guiado por Marquinhos e Ganso. O menino prodígio Neymar estava muito bem marcado até então e Robinho apagado, irreconhecível (ok, nem tão irreconhecível, jogou o que jogava no Manchester City). Mas quem rouba a cena é o lateral improvisado Pará, com um belo gol, abrindo o placar na Vila Belmiro.

O Palmeiras se acuou e começou a apelar para jogadas mais duras. E de tanto se preocupar em bater, tomou o segundo gol, de Neymar. Após lindo passe de Ganso, o atacante apareceu nas costas da zaga, em posição legal e encobriu o goleiro Marcos, meio sem querer. E começaram as comemorações um tanto irreverentes.

O Palmeiras pareceu acordar após a vantagem alvinegra-praiana, e em 5 minutos empatou o jogo com dois gols do contestadíssimo atacante Robert, um de cabeça vindo de um passe milimétrico do garçom Cleiton Xavier e o segundo, de bate-pronto, após boa trama de Diego Souza e Pablo Armero pelo lado esquerdo do ataque. No segundo gol, mais uma comemoração irreverente. Dessa vez quem dançou foram os palmeirenses.

No segundo tempo, o Palmeiras veio marcando melhor o ataque santista, com Márcio Araújo improvisado na lateral-direita, improvisado para anular o menino Neymar, com sucesso. E logo o Palmeiras virou o jogo, após uma jogada ensaiada. Diego Souza aproveitou o rebote da bela defesa de Douglas e marcou de cabeça. E tome dança em resposta os Meninos da Vila.

Dorival Júnior saca Wesley e Marquinhos (o segundo equivocadamente, na opinião deste blogueiro) e coloca Madson e Maranhão. E o time acorda. Após mais um belo passe de Ganso (o melhor meia em atividade no Brasil, mais uma vez na opinão deste blogueiro), Madson chuta na saída de Marcos. Mais uma dancinha e uma tentativa de provocação do baixinho Madson.

Quando tudo encaminhava para um empate, Robert aparece mais uma vez e marca o seu terceiro gol na partida, do meio da rua, aproveitando a falha do bom goleiro Douglas. 3x4, de virada, uma aula de raça do Verdão.

No Morumbi, o São Paulo recebeu o Rio Branco com um time misto, sem 4 titulares. Começou agredindo o adversário e logo abriu o placar, com uma bela assistência de letra de Léo Lima para Jorge Wagner, que abre o placar. De perna direita. A partir do gol, o jogo ficou monótono e o Tricolor parecia sonolento, sem vontade de jogar (o que irritou este blogueiro, são-paulino fanático). O estreante lateral Carleto apareceu em dois belos chutes, mas quem trabalhou mais foi Rogério Ceni.

Quando tudo parecia caminhar para uma vitória simples e "tronxa" do Tricolor, Márcio Careca empata de cabeça, em uma falha tanto da zaga quanto de Rogério. O São Paulo precisava acordar, para não passar vexame. Ricardo Gomes sacou Léo Lima e colocou Hernanes, para bater um escanteio na cabeça do zagueiro André Luis. 2x1. E um jogo para servir de lição, pois com essa sonolência toda, o time não ganhará nada esse ano.

O Corinthians recebeu o Santo André na Arena Barueri e impôs seu favoritismo. Ronaldo atuou de garçom, já que sua pontaria anda desregulada. Serviu Dentinho, que marcou o seu 44º gol na era Mano Menezes e o gol de número 10.000 mil da história do Timão. Roberto Carlos ainda faria seu primeiro gol num chute fulminante, golaço, após outro passe de Ronaldo. O Santo André ainda diminuiria antes do fim do primeiro tempo.

No Engenhão, o Botafogo recebeu o Olaria no Engenhão e logo marca após bela jogada do talismã do Papai Joel, o jovem Caio, que cruzou na cabeça do zagueiro Antônio Carlos. E um temporal despenca, alagando o campo. A energia ainda acaba, realçando os relâmpagos que iluminavam o céu da Cidade Maravilhosa. O que se viu depois da volta da energia foi praticamente um jogo de pólo-aquático. O técnico do Olaria ainda seria expulso por pedir que o jogo fosse cancelado por falta de condições. O Fogão ampliou a vantagem com um gol de Gabriel. 2x0, em meio a poças d'água.

No Maracanã, o clássico entre Flamengo e Vasco, com a volta do Imperador Adriano, após uma semana polêmica onde se envolveu em uma briga com sua noiva. Os dois times buscaram o gol, deixando o clássico bem emocionante. O Vasco parecia que iria abrir o placar, num pênalti cometido por Willians em cima do bom jogador Philippe Coutinho, mas Dodô para nas mãos de Bruno. No segundo tempo, o jogo continua aguerrido, com várias chances desperdiçadas dos dois lados. Até que Vinícius Pacheco invade a área e perde o tempo da bola, o goleiro Fernando Prass sai e se choca levemente com o atacante rubro-negro. O árbitro marca pênalti. Muito mal marcado. O Imperador, que não tinha nada a ver com isso, estufa as redes e faz 1x0. Em sua comemoração, o atacante mostra uma mensagem escrita em sua camiseta, com os dizeres: "Que Deus perdoe essas pessoas ruins" (este blogueiro crê que seja uma resposta à imprensa que o criticou bastante). Dodô ainda perderia outro pênalti, após o zagueiro Álvaro ter botado a mão na bola, consagrando o goleiro Bruno, que também foi pivô de muitas críticas após uma declaração infeliz em defesa do colega Adriano.

Um domingo recheado de gols e emoção. Para a felicidade dos apaixonados pelo futebol.

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A dica musical de hoje é Frank Zappa, este grande músico que foi um dos maiores compositores que já pisaram neste mundo. Dono de um estilo característico, onde passeia pelo Rock, Blues, Jazz/Fusion, Música Erudita e recheado de muito humor negro, Zappa influenciou e revolucionou a música. Revelou vários músicos excelentes tais como o violinista Jean-Luc Ponty, o guitarrista Steve Vai, o baterista Terry Bozzio e muitos outros. Apesar de sua aparente loucura, era um sujeito anti-drogas e proibia seus músicos de usarem qualquer tipo de substância ilícita. Foi um gênio que infelizmente deixou este mundo em decorrência de um cancro na próstata.

"Hot Rats" é um álbum de 1969, tido por muitos como o grande clássico de Zappa. "Peaches en Regalia" talvez seja a música mais conhecida da extensa carreira deste gênio e a que mais conquista novos curiosos sobre a sua obra. Relativamente mal-gravado numa mesa caseira de seis canais (na época, utilizavam apenas mesas de quatro canais, sendo "Hot Rats" o primeiro disco comercial gravado em seis canais), segundo o próprio Zappa (na opinião deste blogueiro, é o que dá o charme no play), flerta muito com o Fusion e com o Rock. Apenas uma música tem vocais, que é a engraçadíssima "Willie the Pimp", que conta com os vocais de Captain Beefhart (que, inclusive, está na capa do disco, ao contrário de que muitos pensam ser Zappa).

É um ótimo disco, excelente pra quem está conhecendo Frank Zappa.

personnel:

Frank Zappa - guitarra, octave bass e percussão
Ian Underwood - clarinete, orgão, flauta, piano e saxofone
Jean-Luc Ponty - violino ("It Must be a Camel")
Captain Beefhart - vocais ("Willie the Pimp")
Max Bennett - baixo (menos em "Peaches en Regalia")
John Guerin - bateria ("Willie the Pimp", "Little Umbrellas", "It Must be a Camel")
Don Harris - violino ("Willie the Pimp", "The Gumbo Variations")
Paul Humphrey - bateria ("Son of Mr. Green Genes", "The Gumbo Variations")
Shuggie Otis - baixo ("Peaches en Regalia")
Ron Celico - bateria ("Peaches en Regalia")

tracklist:

1- Peaches en Regalia
2- Willie the Pimp
3- Son of Mr. Green Genes
4- Little Umbrellas
5- The Gumbo Variations
6- It Must be a Camel

http://www.4shared.com/file/84804196/2c02dca2/1969_-_Hot_Rats.html

divirtam-se.

abraços!

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segunda-feira, 8 de março de 2010

O melhor show da minha vida: Focus.


Goiânia, Quinta-feira, dia 4 de março de 2010. A data que vai ficar marcada para sempre na minha vida. Motivo? Um show, aproximadamente 2h de êxtase. Banda? A lendária banda holandesa de rock progressivo Focus.

A capital goiana foi agraciada com a abertura da turnê brasileira da banda e fez jus à honra, lotou o pub Bolshoi e ovacionou cada momento com uma emoção sincera, raramente vista. E a banda nos retribuiu o carinho com vários clássicos de seu vasto e excelente repertório.

Esbanjando talento, técnica, habilidade e entrosamento; os lendários Thijs van Leer (Hammond, flauta e vocais) e Pierre van der Linden (bateria), juntamente com os jovens Niels van der Steenhoven (guitarra) e Bobby Jacobs (baixo) tocaram um pouco de tudo, desde os clássicos Hocus Pocus (com um solo de bateria fenomenal do baterista Pierre), Sylvia, House of the King, Eruption e Focus III até as composições mais recentes, como Aya-Yuppie-Hippie-Yee, sem contar o show à parte de Thijs, que ainda mantém o seu bom humor cativante e característico, além da boa voz apesar da idade. Niels nos fez esquecer do lendário guitarrista Jan Akkerman, tocando de forma impecável e magnífica. Bobby sempre carismático e conduzindo as músicas com seu baixo marcante. Pierre dispensa comentários, é um excelente baterista que merece ser mais reconhecido pela sua técnica.

No fim do show, após o bis Hocus Pocus, a platéia gritava euforicamente: "aê, Focus! aê, Focus!".

Agradeço muito a oportunidade de ter tido a chance de ver esta grande banda tocar ao vivo, que é uma das mais importantes da música e uma das minhas favoritas. E também citarei, claro, nosso excelente progencontro com o Marcos (amigão de infância) e o Francisco, ambos da comunidade do orkut "Rock Progressivo", a famosa "Progvacas".

Um puta show com grandes amigos beira a perfeição.

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Como não poderia ser diferente, a dica de hoje é o Focus.

"Focus 3" é um disco duplo lançado em 1973 por Thijs van Leer (Hammond, flauta, piccolo e vocais), Jan Akkerman (guitarra), Bert Ruiter (baixo) e Pierre van der Linden (bateria) e é um petardo do início ao fim. Contém uma das músicas mais famosas da banda, "Sylvia". Contém também "House of the King", composta por Jan Akkerman, que foi lançada como single para o primeiro álbum da banda, "In and Out of Focus (1970)", e é um dos singles de maior sucesso.
Com várias composições instrumentais e algumas com vocais, é o melhor trabalho da banda (na humilde opinião deste blogueiro), mesclando música erudita, hard rock, um pouco de folk e, claro, a boa e velha psicodelia característica da trupe de Thijs e Jan.

Altamente recomendável e obrigatório.

tracklist:

1- Round Goes the Gossip
2- Love Remembered
3- Sylvia
4- Carnival Fugue
5- Focus III
6- Answers? Questions! Questions? Answers!
7- Anonymus II
8- Elsepth of Nottingham
9- House of the King

personnel:

Thijs van Leer - órgão Hammond, flauta e vocais.
Jan Akkerman - guitarra.
Bert Ruiten - baixo.
Pierre van der Linden - bateria.

link: http://www.4shared.com/file/134429172/858a5483/Focus_-_Focus_III.html?s=1

divirtam-se.

abraços!

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